terça-feira, 14 de abril de 2009

"Feliz páscoa"?

Relato do domingo:

Tinha combinado com um amigo de ir à Praça da República comer uma fogazza que não tem igual.

Tomei furo, mas tudo bem, já estou acostumado.

Passei na frente do Nutrissom, restaurante vegetariano onde alguns amigos estavam almoçando, e não encontrando ninguém, continuei pelo viaduto 9 de Julho.

Vi então 5 rapazes no sentido contrário. Já fiquei esperto, estralei os dedos da mão para dar uma intimidada, mas estavam em grupo, não adiantou muito.

Quando pararam no meio da rua, tive certeza absoluta, dei uma virada abrupta, aí um deles “e aí , meu..”

É aí que acontece o dilema Ney Matogrosso: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Menina, eu sou é homem, mas corri sim, porque sou um só.

Mas me alcançaram. Empurrei um, dei um soco no outro, até que me encostaram na parede, consegui gritar por socorro uma vez só, ecoou pelos prédios, pessoas começaram a sair na janela enquanto um tentava tampar minha boca, outros me batiam nas costas e torso, e os outros tentando pegar meu celular e minha carteira.

As pessoas começaram a sair nas janelas, gritando para os seguranças dos estacionamentos e prédios da rua, e então os bandidinhos fugiram.

Chegando em casa, liguei para a polícia, dois minutos depois a viatura passava EMBAIXO do viaduto, e meia hora depois um dos bandidinhos já estava de volta assaltando pessoas no ponto de táxi em frente ao Estadão.

A policia sempre aconselha não reagir. No meu caso, percebi que eram bandidinhos meia-boca, sabia que não estavam armados.

Mas será que não é realmente a impunidade que faz com que esses assaltos tornem-se cada vez mais numerosos?

A maioria não está preparada para reação: uma amiga também disse “não vou te dar meu celular” – que ela tinha comprado no mesmo dia - e começou a gritar.

Um amigo professor de artes marciais dela estava sendo assaltado, o cara mostrou a arma na cintura, ele deu uma porrada na garganta do infeliz.


A avó de um aluno desse mesmo professor, acostumada a assistir as aulas do neto quando ia levá-lo, foi abordada na saída de um ônibus por um trombadão, e deu um golpe no nariz dele. Ele ficou atordoado e com o nariz sangrando.

Tudo isso está ligado com o tempo de reação.

Não faça como nos filmes e novelas e dê chance para o bandido fazer o monólogo.

REAJA.

Nem que seja ligar para a polícia depois, que nem isso fazem.

E nessa sensação que estou, ter assistido Wolverine e Punisher War Zone (Justiceiro, Zona de Guerra), me deixou mais no clima de bandido bom é bandido morto.

Difícil não ter preconceito numa horas dessas, não é? Quando me perguntam se eu torço para algum time de futebol, eu já respondo “não, torcida organizada é só bandido”. Generalizando? Adivinha o que os referidos estavam vestindo? E nem vou entrar em questões raciais e regionais aqui que não valem a pena.

Não venham me dizer que estavam me roubando porque estavam passando necessidade. Todos tinham seus tênis e bonés, roubar minha carteira, calçado e celular não ia mudar em nada o dia deles. É farra.

Ainda bem que não ando armado.

#prontofalei

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